Recentemente lendo algumas passagens bíblicas a cerca dos Levitas, refletindo sobre nossas experiências e nosso papel enquanto músico na Casa do Senhor vemos o quão privilegiados somos em poder exercer esse ofício na nossa Igreja.
Os Levitas, provenientes da tribo de
Levi, um dos 12 filhos de Jacó, inicialmente nos tempos de Moisés não eram incumbidos
de desempenhar funções relacionadas ao nosso conceito atual de louvor musical.
Eram ajudantes dos Sacerdotes e cuidavam dos serviços no Tabernáculo, pois dentro
da Lei de Moisés não havia sido designado um espaço musical no momento que se
prestava culto a Deus, a atividade musical foi inserida por Davi e ele atribuiu
aos Levitas a responsabilidade por essa parte da celebração. E dentre todas as
funções desempenhadas por eles, nos deteremos a abordar o que se refere às
competências designadas por Davi. Com isso não queremos cair no recorrente erro
de traçar comparativos entre nós, músicos na Igreja da atualidade, com os que
serviam nos tempos de Moisés e Davi, pois o ministério de um Levita dentro
daquele contexto era muito mais amplo.
Quando
lemos o livro de Números capítulo 3:12-13, vemos Deus falando à Moisés sobre a
separação e purificação dos primogênitos dentre todos os filhos de Israel para servi-lo
como Levitas, no capítulo 8 a partir do 5º versículo vemos mais detalhadamente
a descrição da consagração dos Levitas aos serviços da congregação. Todo o
cuidado que Deus teve em separar e purificar aqueles homens nos revela a
valiosidade do seu trabalho, os deveres dos Levitas estavam em paralelo com a
função dos Sacerdotes em reconhecimento e prestígio, e eram eles tão especiais
aos olhos do Senhor, por exemplo, que nenhum outro poderia carregar na Arca da
Aliança. (I Cr 15:2) Eles eram exclusivamente separados para essas atividades, (I
Cr. 9:33) e não exerciam mais nenhuma, apenas dedicavam sua vida ao preparo das
celebrações e ao estudo dos cânticos e músicas, sem dúvida a necessidade de
talento era essencial para ser um Levita, função que não era delegada a
qualquer um que se dispusesse a realiza-la, ficando a cargo somente dos
escolhidos. (Nm. 18:6)
Esses
homens que a Bíblia nos apresenta, devem ser tomados de exemplo para nossa vida
como músicos na Casa do Senhor, pois desenvolver essa função não é algo fácil
em ambiente algum, quanto mais na congregação. Quando nos dispomos a servir
nesse ministério levantam-se inúmeras dificuldades, que tem por fim testar o
nosso empenho. Por diversas vezes somos assediados pelo “mundo” com propostas oferecidas
em troca de nossos serviços, mas o que dinheiro nenhum pode comprar é o prazer
que sentimos ao poder tocar junto com nossos irmãos, e ver a congregação se alegrar
com a presença do Senhor. Diversas vezes falta de nós mesmos zelo e maior
dedicação com as atividades da Obra, mas lembremos de que somos privilegiados
assim como os Levitas, pois a função de exercitar os louvores ainda hoje não é
cedida a todos e é cobrada excelência no que fazemos.
O nosso serviço também não pode ser
realizado de qualquer modo, assim como eles, prestar louvores a Deus também
requer de nós santidade (I Cr 15:14). É preciso visão divina para encarar que o
nosso trabalho não se limita a execução de notas musicais, a nossa música
divinamente inspirada pode fazer assim como quando Davi tocava sua Harpa para
Saul, e o espirito mau da parte de Deus que dele se apoderava saía, e com isso
ele se sentia melhor (I Sm. 16:23). Assim também o nosso Louvor evangelizará,
libertará vidas e levará a palavra de Deus aos corações. Portanto, o que
estamos fazendo com os nossos talentos? Os recursos que o Senhor nos deu devem
ser investidos na sua obra, e que não venhamos a cair no erro de desperdiça-los
com as coisas do “mundo”, pois fomos por ele capacitados. E se estamos
capacitados, façamos uso de nossa visão espiritual, vejamos e façamos essa obra,
pois ele tem nos escolhido, e desde muito antes nos tem dito, “Ide”. (Mc. 16:
15)